terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ser - Mentir!

Mentir.
Penso nesta mesmíssima palavra à uns dias e veio-me um turbilhão de pensamentos à cabeça.
Começo por salvaguardar-me: Passado e se alguém julgar pois olhe para si primeiro. Numa tentativa de apaziguar o espírito.
Mentir. Mentiras.
O que são, para que servem?
Enfim, quem nunca mentiu!?
Por vezes em demasia, por vezes mente-se pouco demais.

Um pouco do meu passado.
Question: Se já menti?
Answer: Houve alturas em que um único dia não escapava.
Explanation:
- Houve vezes que menti para fomentar outra mentira;
- Houve vezes que menti para esconder outra mentira;
- Houve vezes que menti para continuar outra mentira;
- Houve vezes que menti apenas por mentir;
- Houve vezes que menti porque era uma hábito;
- Houve vezes que menti demasiado;
- Houve outras vezes que devia ter mentido mais. Ter vivido mais!
Hoje falta-me a coragem para desfazer-me em certas verdades, mas posso adiantar: Sempre houve um estado de relação humana em mim que agora aprendo a desconhecer e por aí tento apaziguar o meu interior com menos palavras.
Nos últimos anos surge sempre, "de quando em vez", uma fase apaziguadora do meu ser, ou pelo menos enquanto ser. Tem havido sempre uma fase onde recupero a minha essência. Penso que o máximo foi de quatro meses, se tanto. Quem me conhecer sabe a que me refiro. Aí tento viver uma parte de mim indo contra aquilo que não sou.
- Houve vezes que menti para viver uma mentira;
- Houve vezes que vivi uma mentira dentro de outra;
- Houve vezes que apenas vivi uma mentira.
Tento sempre salvaguardar-me ao dizer que apenas retribuo aquilo que me dão. Mas sei bem dentro de mim que não é assim, ou pelo menos não é tão fácil como parece, transparece.
Procuro o dia que todas as mentiras saiam da minha mente. Mas no entanto já meio perdido nestes meus pensamentos, sei que isso nunca irá acontecer pelos simples factos que nem eu controlo tudo ou então porque me sinto mais confortável assim.
Posso realmente afirmar que me esforcei e vivi como se fosse realidade grandes mentiras, por aí digo que vivi mentiras dentro de outras mentiras.
Posso verdadeiramente dizer que menti pelo hábito.
Posso sinceramente escrever que tudo o que fiz estava certo. Na altura para o meu bem-estar.
Mentir, aqui, ali, além, acolá, para me salvaguardar de actos. Mas no entanto houve momentos que mentir era a essência do acto.
Houve momentos em que a mentira era tão extensa que não havia lado para que me virar e dizer mais falsas verdades. Mentir!

A essência de mentir. A essência do mentir.
Mentir, o simples acto de dizer o que não é verdade. Indrominar a pessoa pretendida. Por vezes porque se quer, outras porque aconteceu e deixa-se ficar com a palavra solta.
A essência vem da necessidade,do "só porque sim", do hábito!
No meu caso, o estado de relação humana em que se mente por algo. Simplesmente algo que não encaixa na verdade. Mente-se para se viver a verdade que no fundo não existe. Mente-se porque forçamos mentiras.
No fundo sou um mentiroso.
Mente-se porque nos mentem também!

"right where it belongs"
Algo que se constroi.
Em que por momentos não se sabe o rumo em que se está.
Por vezes o melhor é protegermos o olhar. Deixar de olhar ou olhar para o lado. Protegermo-nos.
Tudo no lugar certo. Todas as palavras. Todas as palavras escolhidas, todas elas têm o lugar certo.
E se tudo não é o que parece?
E se for tudo um 'sonho', uma palavra, uma mentira?
Terei medo de ver, de olhar? De realmente acreditar?
No fundo pode ser tudo criado por mim. No fundo é..!
A segurança que se cria. No entanto ilusória! Para acreditar, enquanto nao me encontro.
Mentir! Para me encontrar.
Mentir para Ser!

[Uma pequena parte de mim. Negra!]


1 comentário:

Anónimo disse...

João.. João.. o que andas a fazer este Natal? Escuta o que está dentro de ti, ouve o espírito do Natal, dá valor aos teus amigos, aos teus velhos amigos, aos amigos que passaram por ti ao longo da vida e te marcaram de alguma forma. O que se passa contigo João, tanta ambiguidade, tantas contradições.. pensa João.. pensa.. enterraste o teus velhos amigos todos no "cemitério" do teu inconsciente mais profundo? Este Natal dá mais de ti.. abre o teu coração e dá valor aquelas pessoas que passaram por ti, e te ajudaram a crescer de alguma forma.. Abraço João..

PS: Tu sabes quem sou João..